Nossa História

 A MAWE nasceu formalmente em 2021, mas nossa história com os produtos da Amazônia já contam mais de 100 anos. Nos inspiramos nas histórias de dois visionários. A primeira delas é o nosso vô Zezinho, José Negreiros de Almeida, Cearense da cidade de Iracema residente no Amazonas, que há mais de 78 anos trabalhava com o beneficiamento de guaraná. Possuía 800 hectares de terra, dos quais 20 produziam guaraná nativo. A cada safra os guaranazais produziam de 4 a 5 toneladas de guaraná. 

“Na época o papai fundou uma empresa que beneficiava o guaraná em forno de barro, descascava e moía o guaraná da sua fazenda e prestava serviço para os demais ribeirinhos que não possuíam maquinário para o beneficiamento. 

Após a moagem o guaraná seguia para o pilão onde era pilado juntamente com água para passar por um longo processo de fabricação do bastão que durava cerca de 2 a 3 meses. Após pilado, o guaraná em pó tornava –se uma massa que era pesada para modelar o bastão de guaraná de 125g cada. Depois de modelado o bastão ia para o Moqueador, um barracão pequeno, fechado com espécie de giraus, mesas suspensas de madeira aquecidos por pequenas fogueiras. Essa etapa era rápida, cujo objetivo era aquecer o bastão de guaraná. A última etapa era o Fumeiro, um barracão completamente fechado, com vários giraus suspensos, contendo 6 camadas. Essa etapa era a mais demorada, os bastões eram espalhados e ficavam corando com a fumaça gerada por pequenas fogueiras que permaneciam acesas noite e dia. 

Os bastões de guaraná eram embalados em caixas de 120 bastões e eram vendidos para um cliente do Mato Grosso do Sul que enviava um navio de Belém para coletar o produto. A cada safra meu pai vendia 5 toneladas de guaraná. Quando o produto chegava em Mato Grosso do Sul os clientes enviavam um telegrama e o papai vestia o paletó e embarcava na canoa até o avião para receber o dinheiro em Manaus.

Com o falecimento do papai fiquei tocando o negócio apenas da comercialização da semente de guaraná torrada.”

Por Aldemir Gomes de Almeida (Filho)


A segunda inspiração é nossa matriarca, uma mulher visionária que entende e viveu as lutas de um guaranazeiro, homem do campo! Filha de agricultores, cabocla de 58 anos que venceu o analfabetismo e cuja vida está ligada indissoluvelmente a essa terra e a história de outras pessoas com um profundo desejo de valorizar o trabalho deles. Fundadora da Coopeguara que é uma cooperativa de produtores de guaraná de Maués e agricultora de guaraná.

Eles nos inspiram, nos apoiam e acreditam no sucesso desse negócio e no legado que deixaremos contribuindo para manter a floresta viva, gerando renda para pequenos agricultores que dependem das culturas nativas para sobreviver.


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